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:: RELATÓRIO DA PESQUISA::
FIGURAÇÕES CULTURAIS: surdos na contemporaneidade
"Pesquisa com alunos surdos, professores de surdos, familiares de surdos - RECIFE/PE

 


HISTÓRICO

O Centro SUVAG de Pernambuco é uma instituição privada sem fins lucrativos, de utilidade pública federal, fundada em 1976 por um grupo de pais e técnicos, preocupados com a reabilitação da audição e fala das pessoas surdas. Tem por filosofia o bilingüismo. Utiliza a Metodologia Verbotonal do professor Petar Guberina no trabalho com audição e fala das crianças surdas.

O Centro SUVAG de Pernambuco foi fundado em 1976 com o objetivo de oralizar crianças surdas. Funcionou-se durante dez anos norteados por este princípio.
Ao longo deste período já se começava a tratar de comunicação total, língua de sinais e escolarização em classes especiais. Constatamos que a nossa escola também marginalizava o surdo no momento em que oferecia ensino voltado somente para a oralização, acentuando ainda mais a defasagem cognitiva em relação ao aluno ouvinte.

Paralelamente, os próprios surdos começaram a levantar a bandeira das línguas de sinais e a se organizarem em associações e movimentos de portadores de deficiência. A partir daí a preocupação da instituição passou a ser o acesso à informação do que se fazia no Brasil e em outros países, em educação de surdos.

No início de 1990, tornou-se a posição decisiva, a instituição assumiu o pioneirismo na mudança do oralismo para bilingüismo.
Neste contexto, deu-se em 1993 o início do funcionamento do Centro Educacional Bilíngue, a escola do Centro SUVAG de Pernambuco, com enfoque no ensino regular em Língua Brasileira de Sinais, fundamentada numa concepção sócio-antropológica, com o objetivo de fornecer um ambiente lingüístico adequado para a criança se desenvolver, afetiva, cultural e socialmente. A escola para surdos é um ambiente social para este fim, uma vez que possibilita a aquisição de uma língua viso-espacial através do contato com adultos surdos.

A utilização da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), invenção das comunidades surdas, expressa o seu modo de estar no mundo, basicamente visual, e é certamente uma das características mais distintivas deste grupo humano.
Como homens e mulheres visuais, os surdos têm uma cultura, suas maneiras de pensar, seus códigos, valores. A construção e interpretação do mundo pelo canal visual é uma das suas marcas de diferença. Não a diferença entendida como uma deficiência mas, como uma construção política, histórica e cultural que enriquece a humanidade.

Nos orgulhamos de neste processo estarmos em sintonia com os anseios e lutas da comunidade surda no que diz respeito à concepção de sua educação e à sua visão de sujeito surdo.

 

 

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